Sunday, September 6, 2009

Meu começo na Filadélfia

E aí povo de Deus que fala português!

Agora que estou nos Estados Unidos escrevendo sobre minhas experiencias aqui, eu pensei, por que que eu não escrevo em português de vez em quando para que:
1) os brasileiros possam entender se eles quiserem frequentar meu blog
2) eu não esqueça o português
3) eu possa expressar alguns pensamentos, sentimentos, ideias, etc. que eu não quero que tudo mundo entenda, ou pelo menos que eu sinto mais comfortável compartilhando com as pessoas que eu conheço que falam português, sendo brasileiros ou não!

Cheguei na Filadélfia faz uma semana e estou morando interno no semanário...para clarificar, aqui o semanário é sempre um programa de mestrado ou doutorado, algo que você faz depois da faculdade, então tem pessoas aqui de varias edades, alunos solteiros, casados, e com filhos, a maioria não moram interno mas alguns sim. É um pouco como JOCUM, morando em comunidade, só que temos uma cozinha para cada seis pessoas! Mas infelizmente não temos cozinheira. :( Saudades da Ivanete!

Tem muita diversidade aqui, eu acho que eu sou a única pessoa branca no meu andar, ou pelo menos ainda não conheci outra. É diferente estando aqui em meu próprio país porque a questão de raça é bem diferente do que no Brasil. Brasileiros são uma mistura de raças africanas, indígenas, e europeas, não tem simplesmente negro e branco. Se eu tivesse que classificar as meninas de meu grupo por exemplo como negra ou branca, eu não conseguiría. Não quer dizer que eu era cega a cor do pele, claro que tinha diferença notável entre a maioria das pessoas que frequentam Pátio Savassi e a maioria das pessoas da favela, que tem raízes numa história de desigualdade. Mas é tão estranho entrar no meu próprio país com essa segregação de raça, onde as pessoas são classificadas como negra ou branca, com a regra de uma gota (uma gota de sangue negra quer dizer que a pessoa é negra), e onde as pessoas negras e as pessoas brancas quase tem suas próprias culturas, suas próprias igrejas, e seus próprios bairros.

Palmer é o semanário mais diverso no país, e para mim está sendo muito bom conhecer e relacionar com pessoas negras ou americanas africanas como se fala em inglês. Hoje eu fui para igreja com minha companheira de quarto. Quando ela me convidou eu nem pensei sobre que sería uma igreja africana-americana ou não, mas faz sentido porque ela é africana-americana. A partir de ser uma de três pessoas brancas presentes, senti muito bem-vinda, e gostei demais do louvor de da pregação, e o culto me lembrou um pouco do Brasil porque foi carasmático e demorou três horas!

Quando estava meditando ontém de ontém, Deus falou comigo que Ele me trouxe aqui para superar a imagem do opressor de está dentro de mim. Todos são criados/educados pela sociedade nesta imagem e eu acho que só a experiencia que nega as coisas que fomos ensinados pode nos ajudar a superá-la. Foi facil para mim ir ao Brasil e trabalhar com as pessoas da favela, e analizar como a igreja no Brasil é tão ignorante com respeito às problemas sociais e pensar que a maioria dos cristãos ricos preferem morar na ignorança do que tentar realmente ajudar e conhecer as pessoas marginalizadas. Sempre é mais dificil analizar o problema quando isso quer dizer que você precisa reconhecer que você é parte do problema, que você é um produto da mesma sociedade e você tem alguns dos mesmos preconceitos querendo ou não. E daí você não pode pregar o ensinar sobre a justiça social sem primeiro mudar você mesmo. Então eu acho e espero que Deus está me mudando desse jeito durante meu tempo aqui!

3 comments:

Rosangela (Zanza) said...

Stef!
Great Idea! Ok! Vou escrever em português!
É interessante pra mim, acompanhar sua trajetória aí na Filadélfia, pois você estava outro dia mesmo aqui na favela e no Pátio Savassi! Uau! Que rápido! Li o seu e-mail e gostei muito. Depois respondo com calma!
Desejo muito que você continue sentindo Deus bem de perto em tudo o que você está aprendendo e fazendo!
Abraço brasileiro!

The Brazilnuts said...

Hi There
I thought I´d respond in English (I´m a bit tired). It certainly is interesting to think about how you have been influenced by your home culture! I look forward to hearing more.......First day here without Gerben and Barbara (sad), but for you it was your first real day of class, I hope it went well. Do you have many people in the same lecture group?
Still no ideas for your title?
hugs (Beckie)

S said...

I imagine it is sad without Gerben and Barbara! I was so happy just to see them via webcam the other day. I think I will have a lot of the same people in my classes, as the intro classes are pretty much the same for everyone. The classes are larger than I expected but I seemed to have already clicked into a little grupinho within two of my classes today, mostly composed of guys who live off campus, but I have also met many girls on the floor above me who are in the same classes. I still have no good ideas for a title, I'm really not good at that kind of thing, you have any suggestions?